quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

A influência dos Genes na Hipertensão Arterial

Boa tarde galera! Que tal aprendermos agora sobre a relação entre a genética e a Hipertensão Arterial? É um assunto muito interessante, tenho certeza que vocês vão gostar!

Basicamente, temos que a Hipertensão Arterial acontece devido a uma associação entre fatores ambientais e fatores genéticos. Os fatores ambientais são mais bem elucidados que os genéticos, devido à sua alta complexidade e variabilidade. É por isso que, ainda hoje, a compreensão desses fatores está em andamento. 


   Que tal se apresentarmos algumas evidências básicas de que a genética está realmente ligada à hipertensão? Em estudos realizados com famílias formadas por hipertensos, notou-se um maior nível de pressão arterial nos filhos biológicos em relação aos filhos adotivos. Também se notou uma maior semelhança entre a pressão arterial de dois gêmeos univitelinos em relação a gêmeos bivitelinos. É por isso que pessoas com histórico familiar de hipertensão estão mais susceptíveis a apresentar o quadro hipertensivo.

“Dos fatores envolvidos na fisiopatogênese da hipertensão arterial, um terço deles pode ser atribuído a fatores genéticos.” (Rev. Soc. Cardiol. Estado de São Paulo — Vol. 13 — No1 — Janeiro/Fevereiro de 2003).

Alterações genéticas podem provocar variações na pressão arterial que não poderão ser controladas pelos sistemas reguladores da pressão (já explicados em postagens anteriores). Mutações genéticas podem acarretar variações na regulação de fluidos corporais, no metabolismo eletrolítico e na função renal. Essas alterações levam a um aumento da P.A.

Um estudo realizado na Europa recentemente identificou, através de uma análise genômica, que os peptídeos natriuréticos possuem genes que podem ser alterados ao longo das gerações, de modo a causar modificação no funcionamento desses peptídeos, podendo levar à hipertensão, uma vez que esses peptídeos atuam na regulação da P.A.

Deve-se destacar também, os resultados de estudos realizados a cerca de polimorfismos no Sistema Renina-Angiotensina-Aldosterona (SRAA). O nível da Enzima Conversora de Angiotensina (ECA) circulante é determinado geneticamente por dois alelos. O alelo ‘I’ está relacionado com a inserção e o alelo ‘D’ com a deleção. Um genótipo ‘II’ acarreta uma menor quantidade de ECA e, consequentemente, de Angiotensina II. Um genótipo ‘DD’, por sua vez, acarreta uma maior quantidade de ECA e de Angiotensina II. A partir daí, concluiu-se que o genótipo ‘DD’ levava a um maior risco de hipertensão, entre outras condições.

Podemos citar aqui, para facilitar a compreensão de vocês, mais um exemplo de polimorfismo relacionado à hipertensão. Uma mutação no gene do Angiotensinogênio, trocando uma molécula de metionina por uma de treonina, pode ser muito grave. Isso pode levar a pessoa a desenvolver doenças cardiovasculares, além de gerar um maior risco de ela apresentar Hipertensão. Além disso, as chances de ocorrer um AVC ou infarto agudo do miocárdio também aumentam.

Há muitos outros tipos de polimorfismos que podem se relacionar com o quadro de hipertensão arterial. Esses citados foram apenas alguns exemplos de como a genética influencia na hipertensão.

Devemos destacar que essas variantes genéticas localizam-se nos cromossomos e são transmitidas de geração pra geração por meio da fecundação.

A genética também influencia na escolha e no funcionamento dos medicamentos anti-hipertensivos. É a chamada Farmacogenética. A prescrição do remédio costuma ser baseada em fatores externos, tais como sexo, idade, raça, entre outros. Porém, para um melhor tratamento da Hipertensão, a melhor solução seria buscar, nos fatores genéticos, entender a resposta individual aos medicamentos e, assim, indicar o correto.

O objetivo da Farmacogenética é proporcionar um melhor tratamento para o paciente, evitando a perda de tempo e de dinheiro com tratamentos que poderiam se revelar ineficazes.

Há de se destacar, também, os benefícios proporcionados pelos avanços da terapia gênica no controle da hipertensão arterial. Segundo o Instituto do Coração (Incor), as duas estratégias de terapia gênica utilizada são: a) Inserção de genes que acarretam a expressão de substâncias vasodilatadoras e b) Inibição de genes codificadores de substâncias vasoconstritoras.

Bom galera, esses eventos citados são apenas algumas das formas em que a genética influencia na Hipertensão. Espero que tenha ficado um pouco mais claro à respeito dessa importante interação!








Postado por Alexandre Guimarães


Bibliografia:
http://www.incor.usp.br/conteudo-medico/geral/terapia%20genica.html
http://www.wagnersilvadantas.com.br/wp-content/uploads/genetica-e-hipertensao-arterial.pdf
http://agencia.fapesp.br/10111
http://www.publicacoesacademicas.uniceub.br/index.php/cienciasaude/article/viewFile/464/556
http://departamentos.cardiol.br/dha/revista/8-1/012.pdf
http://www.decodeme.com/hypertension

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