Boa tarde gente! Hoje vamos falar sobre os benefícios do exercício físico para os hipertensos.
A atividade física é essencial para o controle da pressão arterial, pois melhora o desempenho do coração, além de fazer com que o pulmão trabalhe melhor.
Com a prática da atividade física, o paciente hipertenso pode diminuir a dosagem dos seus medicamentos anti-hipertensivos ou até ter a sua pressão arterial controlada.
É importante saber que, no estado hipertensivo, o indivíduo tem um padrão de resposta ao exercício diferente: tanto a máxima (sistólica) quanto a mínima (diastólica) sobem. Por isso, o objetivo da prática de atividade física é fazer a mínima baixar, como acontece com os normotensos que, durante os exercícios, têm aumento da pressão máxima e diminuição da mínima; isso faz com que os músculos fiquem bem irrigados.
Entretanto, somente 75% dos pacientes hipertensos respondem ao treinamento físico, uma vez que a hipertensão arterial sistêmica é uma síndrome poligênica e pode ser influenciada pela herança genética.
O exercício físico provoca uma série de respostas fisiológicas nos sistemas corporais e, em especial, no sistema cardiovascular. Durante um período de atividade física o corpo humano sofre adaptações cardiovasculares e respiratórias a fim de atender às demandas aumentadas dos músculos ativos e, à medida que essas adaptações são repetidas, ocorrem modificações nesses músculos, permitindo que o organismo melhore o seu desempenho. Entram em ação processos fisiológicos e metabólicos, melhorando a oxigenação dos tecidos em atividade.
Existem dois tipos principais de atividade física, os exercícios aeróbicos e os exercícios anaeróbicos. Os exercícios aeróbicos utilizam o oxigênio como fonte de queima de substrato para produzir energia e costumam ser de longa duração, contínuos e de baixa e moderada intensidade. Alguns exemplos de exercícios aeróbicos são: caminhada, corrida, ciclismo e natação. Já os exercícios anaeróbicos utilizam uma forma de energia que independe do oxigênio. Normalmente são exercícios de alta intensidade e curta duração. Um exemplo de exercício anaeróbico é a musculação.
O exercício físico mais recomendado para os hipertensos são atividades aeróbicas, pois são mais eficientes metabolicamente e têm uma intensidade menor sendo mais fáceis e prazerosas de fazer. Estudos recentes mostram que a musculação (atividade anaeróbica) associada com as atividades aeróbicas traz benefícios significativos para os indivíduos hipertensos. Pois apesar de serem observados picos pressóricos durante esse tipo de treinamento, após o exercício observa-se um quadro de hipotensão (baixa da PA) que em longo prazo provoca adaptações positivas.
Os efeitos fisiológicos do exercício físico podem ser classificados em agudos imediatos, agudos tardios e crônicos.
Os efeitos agudos, denominados respostas, são os que acontecem em associação direta com a sessão de exercício; os efeitos agudos imediatos são os que ocorrem no período pós-imediato do exercício físico, como elevação da freqüência cardíaca, da ventilação pulmonar e a sudorese;
Já os efeitos agudos tardios acontecem ao longo das primeiras 24 ou 48 horas (às vezes, até 72 horas) que se segue a uma sessão de exercício e podem ser identificados na discreta redução dos níveis tensionais, especialmente nos hipertensos, na expansão do volume plasmático, na melhora da função endotelial e na potencialização da ação e aumento da sensibilidade insulínica na musculatura esquelética.
Por último, os efeitos crônicos, também denominados adaptações, resultam da exposição freqüente e regular às sessões de exercícios diferenciando um indivíduo fisicamente treinado de outro sedentário, tendo como exemplos típicos a bradicardia relativa de repouso, a hipertrofia muscular, a hipertrofia ventricular esquerda fisiológica e o aumento do consumo máximo de oxigênio.
O exercício também é capaz de promover a angiogênese, aumentando o fluxo sanguíneo para os músculos esqueléticos e para o músculo cardíaco.
Estudos realizados em hipertensos verificaram que os mecanismos que norteiam a queda pressórica pós-treinamento físico estão relacionados a fatores hemodinâmicos, humorais e neurais.
Dentre os fatores hemodinâmicos, o exercício físico promove redução da pressão arterial que está associada ao decréscimo da freqüência cardíaca. Uma redução significativa nos níveis pressóricos é conseguida com treinamento de baixa intensidade.
Alguns autores atribuem à redução da pressão arterial pós-exercício físico em hipertensos a alterações humorais relacionadas à produção de substâncias vasoativas, como o peptídeo natriurético atrial ou ouabaína-like.
Ocorre, também, melhora na sensibilidade à insulina, além da redução da noradrenalina plasmática associada ao aumento da taurina sérica e prostaglandina E, que inibem a liberação de noradrenalina nas terminações nervosas simpáticas e reduzem o fator ouabaína-like, que provocaria recaptação de noradrenalina nas fendas sinápticas.
Essa hipótese é contestada, uma vez que pode ser demonstrada redução da pressão arterial mesmo antes de haver redução nos níveis de noradrenalina plasmáticos.
Algumas razões para praticar exercício físico:
- A oxigenação tecidual é elevada, ou seja, o exercício físico melhora o fluxo sanguíneo levando mais oxigênio e nutrientes para todas as regiões do corpo;
- Hipertensos com o auxílio da atividade física conseguem aumentar a rede de capilares em seus músculos. Assim, o sangue consegue difundir-se com maior facilidade reduzindo a pressão como um todo;
- O exercício físico fortalece o músculo e aumenta o metabolismo de cálcio fortalecendo assim os ossos;
- Quando nos exercitamos regularmente, nossos músculos usam proporcionalmente mais gordura que glicose, e isto mantêm os níveis de glicose sanguínea (glicemia) mais estáveis, diminuindo a fome.
A Sociedade Brasileira de Cardiologia recomenda que os indivíduos hipertensos iniciem programas de exercício físico regular, desde que submetidos à avaliação clínica.
Os exercícios devem ser de intensidade moderada, de três a seis vezes por semana, em sessões de 30 a 60 minutos de duração, realizadas com freqüência cardíaca entre 60% e 80% da máxima ou entre 50% e 70% do consumo máximo de oxigênio.
A atividade física é importante a todas as pessoas porque proporciona bem-estar e uma melhor qualidade de vida. Obviamente que as pessoas portadoras de algum tipo de doença, como a hipertensão, devem se exercitar regularmente como parte do tratamento mas a pessoas saudáveis também devem fazer o mesmo para prevenir doenças como obesidade, diabetes, hipertensão, entre outros. Fica a dica!
Thayane Karajá.
http://www.scielo.br/pdf/rbme/v10n6/a08v10n6.pdf
http://webrun.uol.com.br/home/n/hipertensos-podem-e-devem-praticar-atividade-fisica/10807
http://seer.ucg.br/index.php/estudos/article/viewFile/140/106
http://www.sbh.org.br/geral/geral.asp
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