quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Mergulhando na Bioquímica do NO

Oi galera! Depois de termos mostrado aqui no blog uma síntese objetiva da importância do óxido
nítrico no sistema cardiovascular sem entrar em aspectos de reações químicas, que rapidamente serão deletadas das mentes de vocês leitores, não podemos esquecer que esse blog é de bioquímica! Então hoje chegou o dia de aprofundarmos um pouco nas vias de NO como um todo e ver que não é esse bicho de sete cabeças.


Para começarmos esse mergulho vamos começar do começo, ou seja, como se dá a síntese de óxido nítrico?

existem três tipos de produção conhecidas de NO no organismo:

->A produção neural, que se dá no sistema nervoso e está relacionada ao fenômeno da memória de longo prazo.

->A produção indutível, feita por macrófagos, neutrófilos(células do sistema imune) e fibroblastos como resposta a estímulos patológicos, como via de destruição de organismos estranhos pelo fato de o óxido nítrico ser muito reativo.

->A produção endotélica, realizada pelo endotélio vascular e é o foco desse blog por estar relacionada à saúde vascular.


Essas sínteses de óxido nítrico são mediadas pelas respectivas óxido nítrico sintetases: nNOS,iNOS e eNOS que são isoenzimas que catalizam a seguinte reação:




Essa reação é mediada por cálcio, que ao combinar-se com calmodulina (proteína citosólica) forma um co-fator que torna a enzima oxido nítrico sintetase ativa e permite que a reação de oxidação da L-arginina ocorra. A disponibilidade de cálcio para que esse processo ocorra por sua vez se dá pela ligação, no endotélio, de acetilcolina e bradiquinina.



Uma vez liberado pelo endotélio o NO não precisa de transportadores específicos, visto que é uma molécula gasosa e consegue se difundir facilmente pela matriz extra celular e atingir plaquetas, leucócitos e células musculares lisas, onde promove suas ações vasculares já descritas anteriormente. Vale apena citar que na musculatura lisa o óxido nítrico liga-se ao ferro do grupo heme da enzima guanilato ciclase solúvel GS que cataliza a reação de GTP formando cGMP, molécula que está ligada ao relaxamento dessa musculatura.


Após o exercício de suas funções o óxido nítrico é inativado pela ligação com o ferro do grupo heme das hemoglobinas dos eritrócitos ou pela oxidação em nitrito e nitrato que são excretados pela urina.


E assim nós terminamos nosso mergulho na bioquímica do NO um prato cheio para os amantes da química e um vilão que espero ter mostrado não ser tão mal assim para os que não gostam.Até a próxima!



Bibliografia: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-42302000000300012
http://departamentos.cardiol.br/dha/revista/14-4/09-fisiopatologicas.pdf
http://www2.dbd.puc-rio.br/pergamum/tesesabertas/0321127_05_cap_02.pdf

Alan Farias

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