terça-feira, 15 de novembro de 2011

Flavonóides: Previnindo a hipertensão

Bom dia pessoal! No post de hoje vou falar de uma substância muito importante (e pouco conhecida pela maioria de nós) para a prevenção da hipertensão: os flavonóides. Primeiramente, o que são os flavonóides?

Flavonóides são substâncias de origem natural que o organismo humano não consegue sintetizar. Eles estão presentes em frutas, vegetais e chás e oferecem diversos benefícios para a saúde, pois possuem ação antiinflamatória, antimicrobiana, antiviral, anti-ulcerogênica, anti-neoplásica, antialérgica, anti-hemorrágica e antioxidante. Daremos ênfase aqui à ação antioxidante dos flavonóides, pois como será explicado a seguir, é essa propriedade que os tornam importantes no controle da hipertensão. A estrutura química dos flavonóides é formada por 15 átomos de carbono distribuídos em dois anéis aromáticos (A e B) e um heterociclo oxigenado (anel C), como podemos verificar abaixo:













Estrutura básica dos flavonóides

Muitas pesquisas têm mostrado que alimentos que possuem flavonóides em sua composição são capazes de proteger o organismo contra derrames (comuns em hipertensos), graças à atividade antioxidante destas substâncias. Para entendermos como ocorre essa proteção do organismo, é importante sabermos o que são antioxidantes e o que são radicais livres.

Um antioxidante é um composto capaz de retardar ou inibir a oxidação de lipídios e outras moléculas.

“Radicais livres podem ser definidos como qualquer espécie química capaz de existência independente, que contenha um ou mais elétrons desemparelhados, dessa forma são altamente reativos e capazes de atacar biomoléculas.” (MARRONI; MARRONI, 2002).

Agora assistam a esse vídeo que explica sucintamente como radicais livres são formados e como os antioxidantes (como os flavonóides – nosso assunto de hoje) atuam para proteger o nosso organismo.



O que acontece, então, é que radicais livres oxidam os ácidos graxos poliinsaturados das moléculas de LDL (lipoproteínas de baixa densidade), modificando-as. Essas mudanças fazem com que os macrófagos absorvam facilmente essas moléculas, o que as tornam tóxicas para o endotélio dos vasos sangüíneos. Isso possibilita a formação de placas ateroscleróticas, já que se acredita que a LDL oxidada é aterogênica. Os flavonóides são capazes de inibir essa modificação oxidativa de LDLs pelos macrófagos, ou seja, possuem uma atividade antioxidante, por meio de dois mecanismos: pela inibição da hidroxilação da LDL ou por oxidação preventiva do α-tocoferol, que está presente nas lipoproteínas. Inibir a oxidação da LDL diminui a formação de placas ateroscleróticas, reduzindo assim a rigidez arterial.

Estudos também indicam que flavonóides e flavonas (grupo de 4-ceto-flavonóides) diminuem a trombogênese gerada pela agregação de plaquetas (que é acentuada pela presença de radicais livres) por meio da inibição da lipoxigenase e ciclooxigenase. Frankel et al., (1993) demonstraram que flavonóides, em especial os do vinho tinto, são capazes de inibir as reações de oxidação acima mencionadas. Essa propriedade do vinho pode explicar como populações que consomem a mesma dieta apresentam quantidades diferentes de doenças cardiovasculares. Essa diferença se deve ao consumo de vinho tinto, bebida que contém altos níveis de flavonóides, os quais protegem o organismo de doenças cardiovasculares. Além de antioxidantes, compostos fenólicos, como os flavonóides, atuam como protetores e regeneradores dos antioxidantes primários do organismo (ácido ascórbico – vitamina C -, o tocoferol - vitamina E - e o β-caroteno - vitamina A). Dessa forma, o consumo contínuo e moderado de vinho e a ingestão de frutas (maçãs, uva, melancia, etc.) e vegetais que contenham esses compostos podem retardar fenômenos fisiopatológicos como o da aterosclerose e da trombogênese.

Estudos experimentais já indicam que o consumo de alimentos ricos em flavonóides, como é o caso de chocolates escuros, pode levar à diminuição da pressão arterial. A pressão arterial apresenta-se menor em indivíduos com alta quantidade de flavonóides circulante do que em indivíduos com baixa quantidade. Estudos também mostram que a possibilidade de morte por doença coronária cardíaca e infarto do miocárdio é menor nas pessoas que consomem muitos flavonóides do que naquelas que consomem pouco. Muitas das propriedades dos flavonóides ainda não foram comprovadas in vivo, mesmo assim seu consumo é importante devido ao seu valor nutricional e seus potenciais efeitos terapêuticos já mencionados.

As doenças cardiovasculares são importante causa de morte da população mundial e se medidas preventivas contra elas não forem tomadas, em breve doenças desse tipo, como a doença arterial coronariana, chegarão a ser a primeira causa de morte no mundo. Estudos como esses dos flavonóides são, portanto, de extrema importância para a saúde da população, devem ser incentivados e devem ter seus resultados considerados e seguidos em virtude de sua ampla gama de ações terapêuticas já mostradas tanto experimentalmente quanto em humanos.

Então é isso pessoal, até a próxima!

Rafaela Garcia

http://artigocientifico.uol.com.br/uploads/artc_1189124935_21.pdf
http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/scientiamedica/article/viewFile/1641/2147
http://www.drashirleydecampos.com.br/noticias/16894
http://www.infoescola.com/bioquimica/flavonoides/
http://www.editoraufjf.com.br/revista/index.php/boletimcbr/article/viewFile/596/533

Um comentário:

  1. Nada melhor que alfacaps para curar ou reverter a Hipertensão. Meu Pai usou e ficou muito bem de saude. Ele comprou neste site:

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